Sim..eu sou a arquiteta do mundo
Construo lindos castelos e pontes que unem
Construo barreiras e destruo arranha-céus.
Sou alquimista das manhãs...
E poeta ao meio-dia
Às seis me debruço na janela pra ver a vida
Quando a noite chega, me atrevo a espreitar minha própria sombra.
Tem dias que me importo com a pressa.
Com o espetáculo das filas gigantes e do tráfego intenso
Sou a que corre junto com as águas e me arremesso nas corredeiras
Sou gigante e por vezes, diminuo...assim como as estrelas que mudam de lugar no céu, durante a madrugada, enquanto todos dormem
Agora sou um terço do que acho, e quanto ao resto, reúno por vezes, quando silencio
Sou eu quem coloco os valores nas coisas que conheço
e acho que me engano por enumerar fatos, coisas e dias.
Sou toda assim, sem meio e nem fim
Do meu centro, lanço tentáculos, polvo que sou
Tenho amores, ah!! Desses eu preciso
Preciso porque me permitem que eu me olhe
E saiba no espelho dos dias
Tudo que ainda não vi. Tudo que ainda não percebi
Tudo que me sacode pra que o despertar esteja
Logo após a imensa noite das minhas inquietudes.
Inquieta que sou,
Um dia acho
Acho que um dia aquietarei.
Pra ser tudo isso que já criei e que já percebi.
Pra saber que não existe o que me separa da Fonte
de todas as coisas que já são.